Quitandoquinha

Hoje foi daqueles dias difíceis. Queria tomar suco na hora do almoço. Tentamos fazer combinado, mas não adiantou. Foram muitos minutos berrando, jogada no chão, depois na cama, batendo os pés, urrando muito alto. Meu sangue foi fervendo. Respirei muito fundo para não gritar. Falei. Tentei manter a voz calma, mas fui honesta: "seus gritos estão me deixando muito nervosa. Vc precisa se acalmar e eu também e só assim poderemos conversar. Tenha o seu tempo e eu preciso também do meu." Não lembro exatamente as palavras aplicadas, mas a conversa foi por esta linha. Difícil manter a calma numa hora destas. Difícil não repetir padrões que aprendemos. Exige muito esforço, mesmo. Dá vontade de sumir, de trancar a cria no quarto e fingir que aquele caos não está acontecendo. O problema não era o suco. Era cansaço, fome ou qualquer outra interpretação que eu queira encaixar aqui. Aprendi que nestas horas só o tempo e um abraço resolvem. Eu não queria abraçar. É difícil admitir isto, mas é preciso respeitar. Então, só sobrou o tempo. Tempo para as coisas voltarem ao normal.. a respiração, os pensamentos e a ordem. Fiquei do lado. Tudo bem. Estou aqui e vai passar. Educar. Como educar? Novamente na gravidez imaginei muito: como gostaria que minha filha fosse, os conceitos de educação que queria passar, li muito, conheci várias teorias incríveis. Incríveis na teoria, mas na prática são outros 500. Lembro aqui de uma frase de uma amiga no aniversário do seu segundo filho: "sou uma mãe completamente diferente para cada filho. Cada um pede de mim uma mãe." Achei maravilhosa esta fala. Educar pra mim anda ao lado do respeito. Respeito ao outro (seu filho), respeito à individualidade dele e a sua, respeito às necessidades do momento. Escuta. Aceitar como o outro é. Empatia. Acolhimento. Entrega. Troca. Respeito. Crescimento. Educar e maternar, um processo vivo. Constante. De luz, sombra e sobretudo de amor. #amorquitandoquinha #sobreeducarnoquintal
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